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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Morreu a Carriça!

Hoje inicia-se um momento triste na minha vida e na vida cá de casa. Um parceiro da família  dos últimos seis anos desapareceu. E digo desapareceu porque ainda não quero acreditar que tenha morrido, mas muito provavelmente é essa a realidade, atendendo a que este desaparecimento acontece após outras idas recentes sem retorno, por acaso seus filhos, e que a levaram também  a sentir a dor da ausência por tempo definitivo. 
Vou ter saudades dos seus amuos, vou sentir falta dos seus insistentes e aparentes desesperos por comida, vou-me recordar de muitos momentos de ternura que partilhámos os dois, ou no sofá, ou no jardim, quando corriamos, mais eu que ela, atrás um do outro por pura diversão. Vou sentir falta do seu ronronar enquanto lhe acariciava o focinho e a cabeça e percorria o seu pêlo com a palma da mão e lhe apertava o focinho com a maior doçura deste mundo. E ela sabia o quanto estava a ser doce para mim permitir-me mimá-la. Vou sentir falta da sua enorme tolerância para comigo.
A Carriça era uma gatinha domesticada,  cuja mãe também morreu nas mesmas circunstâncias; nunca mais a vimos. Ora dormia em casa, ora dormia na rua, dependia do estado do tempo. Mas, todos os dias pela manhã, quando me levantava para tomar o pequeno almoço, ali estava ela, à minha espera, nem que fosse para uma festinha apenas, ou simplesmente entrar para sair, mas estava onde nunca mais vai poder estar. Como me doi esta nova realidade. Outros gatinhos hão-de vir, graças a Deus, porque amamos os animais, mas nenhum substituirá a Carriça. Não, porque cada um terá o seu lugar no nosso coração, cada tem direito a um lugar no coração dos afectos, como teve a sua mãe, Porém, a Carriça partilhou connosco momentos de ternura que nunca haviamos partilhado com outro animal, aqui em casa. Por isso esta dôr intensa que vamos ter de suportar nos momentos que se avizinham. 
A Carriça deixa um legado; uma outra gatinha cujo nome é uma homenagem à mãe da Carriça ( Micha). Aliás, se dúvidas houve sobre a capacidade desta amada gata poder ser uma mãe estremosa, dúvidas foram desfeitas recentemente porque para além dos testemunhos vividos de perto por nós, esta gatinha deu um exemplo do que uma mãe deve ser para os seus filhos, seja em que espécie animal for, dando mesmo uma lição de amor, protecção, entrega, de dádiva para com os seus que serviria de lição a muitos humanos. 
Por tudo isto, este testemunho é igualmente uma homenagem à Carriça, cuja evocação é fruto do amor que lhe temos, como sempre tivemos.

Adeus Carriça, lembrar-te-emos sempre.



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