As fotos expostas, assim como os textos escritos, salvo nas situações devidamente referidas, são de minha autoria ou, eventualmente, dos que me são próximos. A sua apropriação indevida está vedada a quem o fizer sem a minha autorização. Como compreenderão.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Ergue-te!




Se uma lágrima

Te gritar pelo rosto

Certamente outras se seguirão

Não desesperes

É a seiva da alma

Que te grita do coração

Não contenhas a contra gosto

O que de dentro te implora fazer

Ri, chora, berra, salta, corre

E não rastejes, ergue-te

Porque pior que perder

É a humilhação do que morre

E a ausência de dignidade no sofrer

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Dias Sem Razão


Dias há que…

Apetece soltar os braços

E deixar o corpo cair

Nessas nuvens profundas a meus pés

Viajar nessa espiral do vazio

E partir

Tudo o que parece fugiu

E tudo levou, mais a fé

Que nada mais ficará

Porque do que se lutou

Nada do que resta

Valerá

Dias do Juízo, esses

Que de juízo pouco terão

Valem-me as ideias, os amigos

Os entes muito queridos

Para me devolverem

Outra razão

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Depuração





a cristalina gota
no auge da chuva
a tudo lava
 ou o sabor quente
que da uva
  brava 

o intenso alto azul 
de cujo pináculo
 a todos protege
ou a profundeza
no olhar
que a todos segue

nada fica
 e tudo se desvanece
ou transforma
na orla deste
salmo
que a vida trafica
hostil à norma





quarta-feira, 4 de novembro de 2015

E saber?...



só quem sabe o que é amar

poderá sentir
o aperto do abraço
ao chegar
e o tumulto de uma lágrima
ao cair

o sorriso feito rosto
no olhar
e a angústia destravada 
no partir

só quem soube em algum momento amar

entenderá
a audácia que é preciso ter
no despedir

e melhor saberá
que não há regresso
no voltar

apenas
saudades de voltar
a sentir








terça-feira, 25 de agosto de 2015

Respirar!




Se for preciso,
voltarei a morrer...
para de tudo isto
sentir...

...O prazer que do viver
nada mais faltará 
a este ser...
que renascer para repetir.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Não Sei...(Part I)




Já não sei o que sou
Já não sei o que sinto,
Não sei para onde vou
Esqueci o esquecimento
Lembrei que já não lembro
O tempo ajudou

Serei amalgama de nada,
Ninharia de tudo
Vértice desfiado
Ou poço surdo
Já não ouço quem me grita
Não vejo quem me sorri

Serei prisioneiro do meu tempo
Ou prisão de mim mesmo
Matéria disforme
Cego a cada momento
De algo cujo nome...

...não tem memória de ser

Não tenho ânsia de sentir
Não me quero agrilhoar
E não me quero deixar ir
Tudo menos falhar
...nesta pretensão de viver!








sexta-feira, 15 de maio de 2015

Saudade



Qual o tamanho da saudade?

Que distância nos destinamos percorrer?

Para dela tudo esquecer?

Será preciso deixar de ter idade?

Ou teremos mesmo de perecer?


Qual o poder desta meia verdade?

Porque nos faz tanto perder?

Porque nos prende com bondade ou maldade?

Porque nos larga sem saber?


Qual a dimensão da saudade?

Será estrela num universo,

Ou sorriso estampado no rosto,

Será insondável segredo avesso,

Memória sem preço,

Ou lágrima de desgosto.

Tanto poder para tanta saudade!