As fotos expostas, assim como os textos escritos, salvo nas situações devidamente referidas, são de minha autoria ou, eventualmente, dos que me são próximos. A sua apropriação indevida está vedada a quem o fizer sem a minha autorização. Como compreenderão.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Neste Natal…
Não tenho nada para te dar
Tenho, isso sim, gestos para te oferecer.

Ofereço-te este abraço
Para que ele te possa confortar

Ofereço-te este sorriso
Para que ele te possa alegrar

Ofereço-te esta mão
Para que ela te possa saudar

Ofereço-te esta amizade
Para que ela te possa amar

Neste Natal…
Não tendo nada para te dar
Tenho, isso sim, tanto para celebrar

Feliz Natal!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Cães Vadios


Há dias em que me cruzo com eles...
Cheiro-lhes os gestos, o dorso encurvado,
a cabeceira encapuçada.


Deambulam à procura do nada,
à procura duma ideia desgarrada
do tempo que não tiveram,
dos sarilhos...
que atraiam sobre eles
as atenções que os olvidaram
quando meninos


São gente escondida nas sombras da noite,
sorvendo o frio...
ou a chuva ...
ou o vento...
escudos da sua existência.


São predadores em ebulição,
à espera duma razão,
apenas a sua,
para mostrarem os dentes
e as garras
com deleite afiadas
pela revolta
que não pretendem disfarçar


Espalham de soslaio
os prolongados olhares,
inseguros poderes
destes catraios despudorados,
assombrados maltrapilhos
pelas agruras dum destino,
que lhes desorientou a agulha
da desdita,
na condição meio finita
de um ensaio


É gente desviada
de imaginadas quimeras
que soletram nas trevas
do seu desespero
uivos insanos,
como cães vadios
na demanda do perdão
dos que,
lhes dando a mão,
lançam pontes sobre rios
tentando vidas
com melhor tempero

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Presépios de meninos.

O imaginário criado à volta da figura do Menino Jesus esteve presente desde que me conheço, fruto de uma educação familiar também ela produto do seu tempo próprio. Algures no caminho cruzá-mo-nos, penso que todos nós, com o Pai Natal. Sendo simpático, como quase todo o bonacheirão, também oferecia prendas (e parece que ainda oferece, a despeito da crise). Não sei como é que o Pai Natal conseguiu destronar o Menino Jesus, qual o super-poder que usufruiu para conseguir derrotar o Herdeiro do Reino dos Céus. Mas conseguiu. Se foi a coca-cola ou só a cola ou apenas a coca, não sei. Sei, isso sim, é que fez um negócio da china com o Menino Jesus e dele não mais se ouviu falar. Não mais, não será completamente verdade. Em algumas povoações mais a norte de Portugal, onde ainda se concentra muita da tradição cristã de outrora, a evocação do nascimento de Jesus é muito vivida também junto dos mais novos. Provavelmente porque a Igreja está ainda muito próxima das pessoas. Provavelmente porque as pessoas ainda não se afastaram da Igreja. Provavelmente porque as pessoas ainda não se afastaram da fé ou a fé não se afastou delas. Ou porque os sócios do Pai Natal ainda não descobriram outras estratégias para os atraírem a favor sua causa. 
Bom, na realidade tanto o Pai Natal como o Menino Jesus coexistem nesta bela época e nesta região. Lá se terão unido numa jointventure e estabelecido as respectivas fronteiras; tu ficas com a educação da carteira, eu fico com a educação da fé. Provavelmente. No final, acho que já ninguém se entende porque a fé toma conta da carteira e esta da própria fé e tudo se complica.
Seja como for, no passado fim de semana tendo-me deslocado a uma terra próxima desta onde vivo, e por obra do acaso, também eu me cruzei não com o Pai Natal (isso já foi há muito...), mas com os meninos das escolas básicas do 1º ciclo do Concelho de Fafe que ainda vivem a fantasia do Natal, talvez próxima daquela que eu vivi. E deparei-me com alguns dos trabalhos por eles elaborados, concerteza com a supervisão e o empurrãozinho dos seus professores, mas talhados com muita imaginação e espírito criativo que não quis deixar de também vos dar a conhecer, a despeito da fraca qualidade dos "mosaicos", mas teve de ser assim, com o melhor que tinha "à mão". O certo é que admirando os presépios que vos trago, eles sorrateiramente deram-me a mão e dei comigo esticando-me no tempo, bem lá para trás, numa altura em que a tradição tinha encantos que não me atreverei a classificar, porque cada coisa no seu tempo (mas que marcaram profundamente todos aqueles que como eu vivenciaram essa época), deixando que a nostalgia me dominasse e com ela também me trouxesse, não só o Menino Jesus, mas também todos os que me educaram a respeitá-lo, dando novamente sentido à palavra Saudade!   



















terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sunset In Alentejo

Admito que tenho um forte fascínio pelo pôr-do-sol. Também pelo seu nascer, mas como não é de todo vulgar apreciá-lo na latitude onde vivo, contento-me por o poder observar nos momentos em que de nós se despede, soltando-nos paulatinamente para depois nos levar o olhar fixo no horizonte que acabou de moldar, para sempre. 
Voltarei para mais ...sunsets. Entretanto, espero que gostem do que vos trago hoje para partilhar.







quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Há Lágrimas e... Lágrimas!




Há Lágrimas e Lágrimas...

Há as que brotam de alegria
e as que não brotam sem tristeza

Há as que se deliciam 
e as revoltadas

Há as assim-assim
as cozidas e se calhar até tostadas

Há as dilacerantes 
como diamante em fino vidro

e as que bem curam
e ainda as que perduram...

Há as infames  e se regozijam
e as  humildes, se desvanecem

Há lágrimas de raiva!
Há lágrimas de afecto!...

Há lágrimas que encantam
e lágrimas que não cantam

Há lágrimas que choram 
e lágrimas que riem

Há lágrimas lascivas 
e cândidas lágrimas

Há lágrimas culpadas!
nas lágrimas adolescentes

E lágrimas velhas
nas culpadas lágrimas

Como há lágrimas novas
sem lágrimas

Há lágrimas suplicantes
e suplicantes sem lágrimas

Há lágrimas de dor
e dor sem lágrimas

e lágrimas sem dor
...com fedor
a lágrimas passadas

E lágrimas sem nome
e nomes sem lágrimas
... 
Há Gente Com Lágrimas
E lágrimas... Sem Gente.





sábado, 9 de outubro de 2010

Doce de Mulher!




Receita para Duas Pessoas.


Ingredientes:
  • Uma boa Dose de Romantismo
  • Testosterona e Estrogénio q.b.
  • Carícias em grandes quantidades
  • Muita sensualidade
  • De preferência, juntar Amor
  • Pode-se acompanhar com música leve e suave para enriquecer o ambiente
  • Antes, perfume com um ramo de flores, rosas vermelhas de preferência
Preparação:

Junte a sensualidade e as carícias para formar um preparado rico e consistente. Vá adicionando uma dose infindável de pequenos beijos, intercalando com períodos de beijos demorados para ir apurando.
Percorra todas as zonas erogenas e aproveite para ir absorvendo todos os suspiros resultantes. Inale todas as fragrâncias para alourar. Vá incorporando lentamente e remexendo, até emergir uma união perfeita. O aparecimento da sudação é natural. Leve ao forno previamente aquecido, aumentando progressivamente a temperatura  a gosto.

Serve-se em ambiente de paixão e loucura. Para melhor tirar partido do Doce, deve-se consumir sem restrições.

Composição:
  • Sem calorias
  • Rico em vitaminas variadas e minerais múltiplos
  • Excelente para o reforço da auto-estima e auto-confiança
  • Alto valor nutritivo
  • Não tem contra-indicações,  nem prazo de validade

sábado, 2 de outubro de 2010

- Sintra -

Sintra é daqueles lugares que se deseja rever sempre! sempre que temos tempo, sempre que estamos próximo, sempre que a alma nos implora...simplesmente, sempre. O que vos trago são pequenos, pequeníssimos mosaicos dos imensos que Sintra oferece a todos quantos a visitam. Aliás, Sintra tem esse condão especial que apenas alguns lugares têm, de se revestir de cada vez que lá nos deslocamos. Por isso, Sintra não é sempre igual, não oferece sempre a mesma cara, porque tem várias, consoante os seus caprichos. Sim, Sintra é um lugar caprichoso. Tem personalidade. Ora amua, ora nos desenha um sorriso, ou ri despregadamente. Ou chora desalmadamente. Ou se encontra indiferente. Mas, sempre desejosa de nos receber. Talvez seja também vaidosa.
Estes mosaicos foram retirados a Sintra, com a sua anuência, num dia em que a cidade maior e sua vizinha, se encontrava debaixo de um calor sufocante. Mas, Sintra, vaidosa dos seus caprichos, apresentou-se fresca e com farta nebulosidade, alguns chuviscos até, para nos receber.
Também a Sintra voltarei, aqui, para convosco partilhar outros mosaicos da sua rica personalidade.





















sábado, 10 de julho de 2010

Ainda me Lembro...



Ainda me lembro….

Do modo como sempre me senti
Confortável e seguro, no balancear de teus braços
Caricias sentidas nas circunvalações do meu cérebro,
E de que ainda hoje sinto as réplicas 
Mimos que guardo...



Ainda me lembro…

Como sempre me defendeste das rasteiras da vida,
Como sempre procuraste proteger-me das suas travessuras
Como te protegesses a ti própria,
De um sofrimento que também teu seria



Ainda me lembro…

Das tormentas que enfrentaste e da valentia que tiveste,
Para delas saíres, de cabeça levantada, dona de ti, livre,
E coerente foste, digna do respeito que orgulhosamente conquistaste,
Na tua humildade de pessoa, simples no conhecimento,
Sábia dos destinos que a vida te dava a escolher

Humedece-me os olhos quando...



Ainda sinto…

O teu carinho, o teu amor,
O teu riso, a tua alegria 
Rica nas cores com que soubeste pintar as expressões
De todos os que contigo festejaram o sabor de viver



Ainda sinto…

Os tons calorosos da tua voz,
E nela, a tua indefectível demanda,
Assumida como a razão da tua existência,
E esses ecos, que hoje iluminam o meu interior,
A eles confio as minhas decisões



Ainda sinto…

O teu verdejante olhar, que me perscrutava sempre
Para além do alcance do teu dever,
Procurando descortinar se a tua missão era bem sucedida



Ainda sinto…

A tensão no cordão, que com toda a força do teu desejo, me constituiu em mais um milagre,
Neste maravilhoso Universo.
Ainda me une a ti e nos continuará a unir, esse pulsar
Até que a ti me junte, no teu destino ou noutro, certamente aquele que nos espera a todos



Ainda sinto…

O quanto me amaste
E eu sempre lembrarei, o quanto te amo

Querida Mãe, sinto tamanha saudade...

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Douro dourado.

Em 2003 tive a feliz oportunidade de concretizar um desejo há algum tempo ambicionado: viajar pelo leito do rio Douro e apreciar as famosas paisagens e vistas com que aquela região, complacente e melancólica, por vezes, assombrosa e circunspecta, noutras, íntimista  e intrigante, em acasos, nos oferece.
Especialmente para aqueles que ainda não tiveram esta oportunidade; para os outros que só muito vagamente poderão vir a disfrutar dessa possibilidade, deixo-vos alguns dos mosaicos que ficaram registados na memória dos que, juntos, saboreamos o momento.