(foto de Paulo Santos - Pajó) |
Sim, escrevo-te...
Não sei se para dizer...
Talvez para te ouvir.
Mas, escrevo-te.
Talvez para te sentir,
Ou talvez para de ti
Menos ter.
Não sei porque te escrevo, mas...
Sim, escrevo-te!
Talvez que entre o nada sentir
E o nada dizer,
Te faça entender,
Porque te escrevo.
Escrevo-te!...
Cego pelas palavras
Que não lerás,
Surdo pelos gritos
Que não ouvirás.
Mas, ainda assim...
Escrevo-te!
Por isso te escrevo.
Para que entendas,
São de todas as falésias
A origem deste meu acervo.
São de todas as grutas,
A origem do meu medo.
E escrevo-te, ainda...
Para que não esqueças...
Ou me faças esquecer;
No mundo dos sentidos,
Muito se desvanece,
Até se perder.
Escrevo...
Para que não leias
O que não entenderás.
Entre o que está à frente
E o que fica para trás,
Muito se enleia,
No que eu próprio percebo.
Por tudo isso, te escrevo.
Em redor do meu abraço,
Sem vontade de o travar,
Me desfaço,
Entre letras e palavras,
Escritas faladas,
Esqueço...
Que te escrevo, se o faço.
2 comentários:
Belo poema
É no poemar que o poeta desnuda a alma...ou não. Mas é com ela que escreve e por isso os sentimentos saem puros.
Gostei
Bjgrande do Lago
Desculpa o comentário eliminado, mas tinha erro :)
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