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sábado, 6 de outubro de 2012

NÃO ME FODAM!


Não me fodam!
Digo eu…
Sempre a ser chamado,
Mais o meu contributo
Para suprir o gamado?
Ah! Filho da puta…o gajo fugiu.
Para onde foi ele, o descarado?

Não me venham com mais troikas
E a ameaça do fim do mundo
Há vida para além dessas moikas
Mesmo num País moribundo.

Ele é fisco e mais confisco
Sob a capa da necessidade
Agh! Estou farto de ser isco
Para tanta falta de verdade.

E as estórias de encantar?
Ouvidas no entretanto?
Mas no acto de governar
Porque sentimos que os tipos
Nos andam sempre a roubar?

Já no longínquo passado assim foi,
E o Povo acossado,
Lançado p’á frente como um boi
“bate c’os cornos, cabrão!
E sorri! Estás a ser filmado!”

De ajuda em ajuda
Justificada com imensos números
Alguém nos acuda e nos livre
De tantos energúmenos

Tiram-nos tudo, os vampiros
E depois arranjam desculpas…
“Foi ele e aquele!...e ainda aqueloutro!”
Qualquer dia isto só lá vai
Não com cravos, mas com tiros!

“Mas é tudo natural”
Desgraçar as pessoas
“Lá fora também é assim e é tudo legal.
Nem sei porque levam a mal.
Se são tudo ideias boas”

Mas cuidado!
Desconfiem quando vos gabam
Tarda não tarda,
Algures no trajecto
Voltarei a ser ultrajado.

Mas haverá nisto algum juízo?
Despojar todo um Povo,
Esmagá-lo como se fosse um ovo?
Ah! “Tens sempre uma solução, EMIGRA!
Mas, para não te perder o rasto
Leva este guizo
Queremos saber do teu rasto
Não se sabe se voltas a ser preciso.”

Por isso eu vos digo…
NÃO ME FODAM!
Já estou farto de ser FODIDO!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Como Uma Pena...


Como uma pena que vagueia,
Determinada e segura
Ao ritmo irregular dos amuos do vento
Que te sustentam...Liberta
Deixaste-nos…
Vivo na memória
Esse vivaz sorriso,
Essa entrega sem tréguas ao sagrado prazer da vida.

Hoje passei pela tua janela
E respirei a solidão, triste, das paredes e portas
Que te ancoraram nos últimos anos.
Também eu já sinto saudades tuas,
Das tuas mãos rugosas,
Mestres do desenho, 
Pincelando no teu pequeno mundo,
Histórias prenhas de vida,
Passados que nos uniram 
Em redor de outros amores idos. 

Um dia, 
Encontrar-nos-emos, todos…
E dançaremos, como penas que vagueiam
Do sustento dos amuos do vento