As fotos expostas, assim como os textos escritos, salvo nas situações devidamente referidas, são de minha autoria ou, eventualmente, dos que me são próximos. A sua apropriação indevida está vedada a quem o fizer sem a minha autorização. Como compreenderão.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O Inverno dos Meus Pensamentos



Lamento...
Que nos esqueçamos com inusitada frequência da existência de uns e de outros ...
Que cordiais sejamos em função dos interesses que perseguimos...
Que não perseguimos quem devíamos lembrar...
Que não lembramos quem devíamos perseguir,
Muitos dias da nossa vida.


Lamento...
Que apontemos o dedo com tanta frequência.
Que não saibamos ouvir o que não desejamos escutar,
Que o que nos querem dizer não tenha lugar na nossa tolerância.
Que sejamos difíceis para com os outros e fáceis para connosco,
Muitas vezes, no mesmo dia da nossa vida.



Lamento...
Que não queiramos ver um pouco para além do nosso próprio olhar,
Que o preconceito se transforme na virtude dos nossos hábitos,
Que exibamos essa virtude para nos tornarmos distantes de tudo o que apreendemos,
Que essa distância se alongue tanto, tanto...
Que não haja reversibilidade possível, ainda que tentemos contrariá-la,
Num dia qualquer da nossa vida


Lamento...
Que não haja sol no pensamento de muitos, antes demasiada nebulosidade,
Que quando se sorri, não o seja mais que  uma imitação frágil de um qualquer acto encenado...
Que se desista, das pessoas, das ideias, com a mesma indiferença com que olhamos para a desigualdade,
Que sejamos, afinal, tão pouco solidários no dia a dia...
Que amanhã desistamos de nós próprios, esquecendo tudo o que foi feito em nosso proveito,
Que transformemos a primavera das nossas vidas no inverno dos nossos pensamentos,
Numa qualquer vida, um dia.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dias de Verão!


Persigo o sol e o mar

Embriagada pelo vento

Chorando os sonhos desfeitos em areia morna

E na espuma desse mar que me arrefece

Eu flutuo, lentamente

Encontrando vida

No abraço do sol que não me esquece 



(Poema é da autoria de Maria João; encontra-se publicado no seu blogue "Pequenos Detalhes") 

sábado, 13 de março de 2010

Tábua!

Tábua é uma serena Vila, situada nos limites norte do Distrito de Coimbra, mas tão próxima de Viseu que se diria pertença desta, mas não; pertence a ela própria, ou não fosse esta Vila das poucas vilas que são sede de Concelho. Tal como eu lhe pertenço, na genética das minhas origens. Desde miúdo que para lá caminho, e depois de um interregno, próprio de quem procura os seus lugares, para deles fazer seus espaços, a Tábua voltei porque aí me encontrei, entre o meu passado e o meu futuro, transportando no presente os cheiros, os sabores, as imagens guardadas nos arquivos da nossa própria história, as vivências de então, que me ajudam a suportar melhor a dor de quem partiu e que de Tábua surgiu, e a quem agradeço muito do que sou hoje, enquanto Pessoa.
Este lugar não é diferente para mim dos outros lugares que o são para os outros, que somos todos nós. Cada um de nós, por isto ou por aquilo, tirou das suas terras de infãncia as melhores experiências que, hoje, sabemos terem, e o significado importante que têm no espaço da nossa  vida, na vida de cada um de nós. Para mim será Tábua, para ti será outro nome tão dissemelhante como similares serão as sensações que ambos temos desse tempo vivido em idênticas circunstâncias, que foram as circunstâncias da maioria de nós, na altura.
A Tábua continuarei, caminhando, percorrendo as distâncias necessárias, para de lá voltar revigorado, como se a uma cura tivesse recorrido por motivos de saúde; porque de Tábua regresso com os cheiros de então, as memórias reavivadas, porque lá me  reencontro com a minha infãncia, e porque esta me dá aqueles que hoje não podem estar comigo, porque para os ter como os gosto de sentir, terei de voltar a Tábua, sempre!

A Tábua voltarei também aqui.


































terça-feira, 2 de março de 2010

Dá-me a tua mão...


Dá-me a tua mão...
Deixa-me chegar-te...
Entrega-te em minha mão...
Quero sómente tocar-te...



Destina-te em minha mão...
Permite-te que eu te sinta...
Quero-te sem razão...
Ainda que essa nos minta.


Anda, vem, sente-me...
Dá-te, apenas e só o que tu és...
Afagar esse teu cheiro, deixa-me...
Pouco interessa senão me vês...


Dá-me essa tua mão...
Chega-te, abraça-te a mim...
Desejo-te sem querer e sem razão...
Loucura será, desejar-te assim...


(continua...)